SINOPSE:Quando chegou ao Upper East Side com o marido e o filho pequeno, Wednesday Martin foi jogada em uma tribo superfechada de mães megarricas e glamorosas com ambições altíssimas e determinação ferrenha. Em um mundo onde cumprimentos não são retribuídos, juntar as crianças para brincar é um esporte sangrento e até caminhar pela calçada é um exercício de dominação e submissão, ela sofreu um verdadeiro choque cultural.
Usando seus conhecimentos em antropologia e primatologia para descobrir uma forma de sobreviver, Wednesday fez na Park Avenue de hoje o mesmo que a antropóloga Jane Goodall e seus chimpanzés na Tanzânia da década 1960: passou a observar os rituais de acasalamento, os ritos sagrados e as mães na saída da escola agindo como babuínos. Para entender a migração sazonal, os ritos de culto ao corpo e o desejo avassalador dela própria de possuir uma bolsa que era puro fetiche, a autora se aprofundou nas teorias antropológicas de Margaret Mead.
Sem um distanciamento seguro, porém, uma reviravolta levou a autora a perceber que nem mesmo as coberturas luxuosas e os carrões com motorista conseguiram fazer daquelas mulheres uma tribo insensível à tragédia. Quando sua vida virou de cabeça para baixo, Wednesday testemunhou a força e a profundidade dos laços que, mesmo naquele círculo, a amizade entre mulheres é capaz de construir.
MINHA OPINIÃO: Esse livro é uma verdadeira ode à expressão “White People Problems”.
Relatando o período em que morou no East Upper Side, o bairro mais rico de Nova Iorque, a autora tenta fazer uma análise das mulheres super ultra ricas que moram nesse endereço, mostrando o lado mais humanos das tais mulheres. Eu digo tenta, pq o livro tem um problema: que é a insistência da autora em tentar manter uma postura intelectual, quanto na realidade, ela é exatamente igual as dondocas que são objetos de seu “estudo”.
Isso fica bem claro quando ela dedica um capítulo inteiro pra falar da importância de ter uma Birkin, que para os desavisados como eu, trata-se de uma bolsa, que sabe-se lá Deus porquê é a mais disputada entre essas ricaças. Fiquei sem saber o motivo pq, pela primeira vez na minha vida, cometi um pecado literário: pulei um capítulo. Simplesmente não aguentei ler todos os detalhes de porquê eu PRECISO ter uma Birkin. Sim, eu que preciso, pq ela simplesmente deduz que qualquer mulher que se aproxime da tal bolsa vai ser enfeitiçada por ela.
O grande ponto positivo é a escrita da autora, que apesar de sua visão equivocada, é muito leve e fluída. E tb é bastante interessante a análise antropológica que ela faz com determinadas sociedades de animais, em que é possível observar que não somos tão diferentes assim de animais selvagens.Entretanto com os personagens humanos já é bem mais difícil ter qualquer identificação. Com exceção do capítulo sete em que autora relata uma dolorosa perda familiar.
O pior é que ela fala isso a sério, sem um pingo de ironia. O que é bastante irritante pq ela tenta nos convencer, de modo sério, que deveríamos nos solidarizar com os altos níveis de stress que essas mulheres sofrem por serem totalmente dependentes do marido e que a qualquer momento podem ficar sem absolutamente nada se o dito cujo decidir se divorciar. Eu conheço a cura pra esse stress, e ela se chama “Arranjar um Emprego”.
De um modo geral vale pela curiosidade de saber como é a vida das pessoas super ricas, em uma versão adulta e bem mais abastada do filme “Garotas Malvadas”
Cotação: 3/5
Primatas da Park Avenue
Autor: Wednesday Martin
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Páginas: 272
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